domingo, 5 de outubro de 2008

Ler ou ver?

Por: Biel Marcos

No último dia 12 chegou aos cinemas brasileiros Ensaio Sobre a Cegueira, a aguardada e polêmica adaptação do livro do escritor português José Saramago. O longa conta a história de uma inexplicável epidemia de cegueira branca que toma conta da população de uma cidade. Enquanto o governo coloca os infectados em quarentena, a esposa de um médico é a única que continua enxergando. Ela então se finge de cega para entrar em quarentena junto de seu marido. O filme tem como objetivo principal mostrar a queda da sociedade diante de tal situação, e a forma como a população perde tudo que considera correto e civilizado.

Ensaio Sobre a Cegueira é somente mais um dos vários livros já adaptados ao cinema, e a lista de adaptações em andamento continua crescendo. Freqüentemente chega ao conhecimento do público o anúncio de uma nova adaptação literária às telonas, mas afinal, o que é melhor: Ler a obra original ou assistir a sua adaptação? Com tantos livros ganhando suas versões cinematográficas esta pergunta torna-se inevitável.


É fato indiscutível que os livros contêm mais informações e detalhes da trama do que os filmes, porém, nem sempre isso é um problema, vide o excelente resultado da trilogia O Senhor dos Anéis, que retratou em tela grande a aventura das páginas sem desagradar em momento nenhum aos amantes dos livros de J.R.R. Tolkien, mostrando que é possível recriar a história sem deixar detalhes para trás, e passando aos espectadores a mesma emoção expressada nas páginas.




Infelizmente, o mesmo não acontece com outro incrível sucesso de público: Harry Potter. De maneira alguma estou dizendo que os filmes não são bons. Muito pelo contrário, sou um grande fã da franquia do bruxinho, mas os livros de J.K Rowling dão muito mais espaço a todos os personagens, enquanto a adaptação cinematográfica foca fortemente no trio Harry, Hermione e Rony. Mas levemos em consideração que não é nada fácil recriar tantas páginas de forma perfeita. A Warner Bros. foi muita sábia quando decidiu dividir o último volume, Harry Potter e as Relíquias da morte, em dois filmes. Agora é aguardar o resultado final.

Uma adaptação que sofreu um pouco ao ser levada às telas grandes foi Eragon. Os grandes efeitos especiais, as grandes cenas de ação, e a bela voz de Rachel Weisz na dublagem do Dragão fêmea Safira ainda não foram suficientes para recriar toda a magia que compõe o livro. Muitos fãs se desapontaram com o longa, a bilheteria do filme nos EUA não foi satisfatória e como resultado disso a franquia tem um futuro incerto, não tendo sido confirmado até hoje se o segundo livro também ganhará uma chance nos cinemas.

A coleção Fronteiras do Universo era a nova aposta da New Line Cinema depois do estrondoso sucesso de O Senhor dos Anéis, porém, a adaptação do primeiro volume da série, A Bússola de Ouro, não deu os resultados esperados e também está com um futuro instável nas telonas. Mas nesse caso, a culpa pode ser do próprio estúdio e diretor do filme, já que ambos optaram por eliminar do roteiro todas as referências religiosas, visando evitar conflitos principalmente com a igreja católica, já que a obra desafia em diversos pontos a religião. A tentativa deles de evitar desentendimentos acabou tirando grande parte da graça da adaptação, e provavelmente garantiu que a franquia não fosse adiante.

Mas para mim, a grande aposta desse ano é a adaptação do livro de Stephenie Meyer. Twilight, ou como foi publicado no Brasil, Crepúsculo. O romance de Isabella Swan e do vampiro Edward Cullen foi um incrível sucesso de vendas, e conquistou uma legião de fãs em todos os países em que foi publicado. Uma adaptação era quase obrigatória. A estréia do longa está marcada para 21 de novembro nos EUA e 25 de dezembro em terras brasileiras, tendo no elenco a atriz Kristen Stewart como Isabella Swan e Robert Pattinson (o Cedrico Diggory de Harry Potter e o Cálice de fogo) como Edward Cullen. Resta apenas torcer para que o filme seja um sucesso para que possamos ver também suas continuações sendo adaptadas.

Há ainda muitos outros exemplos de adaptações a serem citados, como por exemplo, As brumas de Avalon, O Código da Vinci, e em adaptação, Anjos e Demônios, Marley e eu, e até mesmo Onze minutos, do brasileiro Paulo Coelho. Mas depois de ler toda a matéria, ainda não fica clara a resposta à pergunta inicial: o melhor é ler o livro ou assistir aos filmes? Bom, acho que na realidade, nada melhor do que fazer os dois, assim se tem a chance de ver nas telas todas aquelas cenas que estavam em nossa imaginação enquanto líamos aquelas páginas cheias de emoção, aventura, magia, romance... e saber também de todos os detalhes que foram deixados de fora da adaptação, tendo assim uma experiência completa dessas ótimas obras.

domingo, 21 de setembro de 2008

Videogames nas telonas

Por: Biel Marcos

Já há algum tempo, Hollywood tem sofrido de uma lamentável crise de criatividade, e como o cinema é altamente rentável, as produções de novos filmes não podem parar. Diante de uma situação como essa, a salvação cinematográfica é a adaptação de histórias de diversas outras fontes, como, por exemplo, quadrinhos, graphic novels, desenhos animados, livros, séries e videogames. E é justamente sobre os nossos amados jogos que resolvi escrever dessa vez. Atualmente, há vários games que já foram adaptados ao cinema, vários que estão sendo adaptados, e vários que ainda poderão ser. A vontade de comentar cada um deles é grande, mas infelizmente, impossível. Então, vou comentar apenas três games: um já adaptado, um em processo de adaptação e um que ainda pode render um excelente filme. Confiram a lista e dêem suas opiniões.

Já adaptado
Resident Evil

A mais famosa série de survival horror já teve sua chance de brilhar nas telonas, porém, os filmes baseados nesse fenômeno dos consoles não chegam nem mesmo a metade da qualidade dos games. Enquanto os jogos contam com tramas elaboradas, personagens bem construídos, e roteiros incrivelmente bem dirigidos, os filmes dispõem de elencos medianos, uma direção de competência duvidosa, e roteiros muito abaixo do nível que uma adaptação como essa merecia. Como um grande fã dos games, eu ainda espero o dia em que um verdadeiro cineasta levará as telonas uma adaptação de qualidade dessa incrível obra.

Em adaptação
Street Fighter


Tudo bem que Street Fighter também já teve sua passagem pelas telonas, porém, aquele ridículo filme de 1994 não faz jus a esse clássico dos games de luta. Agora, Hollywood decide novamente investir na franquia de jogos da Capcom, dessa vez centrando a história na lutadora Chun-Li e contando com um melhor orçamento, equipe e elenco. Mas, convenhamos, não é difícil fazer alguma coisa melhor do que colocar Jean Claude Van-Damme interpretando Coronel Guile e Raul Julia (que Deus o tenha) interpretando M. Bison. Resta apenas esperar o resultado final e torcer pra que seja bom.

A ser adaptado
Devil may cry

Uma das mais bem sucedidas franquias de jogos do mercado atual, a saga do meio-demônio Dante conquistou uma gigantesca legião de fãs ao redor do mundo. E o sucesso do game é totalmente compreensível, pois ele é simplesmente fantástico! Agora, imaginem que espetáculo seria um filme baseado nessa poderosa história repleta de batalhas e demônios. Alguns boatos a respeito da adaptação do game já estiveram rondando Hollywood, porém, nada de concreto. Enquanto nada se confirma, os fiéis fãs deste jogo alucinante aguardam ansiosamente para ver as aventuras do exterminador de demônios nas telonas.

É claro, que games a serem adaptados ao cinema não faltam, mas isso deve ser feito com o mais absoluto cuidado, para que não se corra o risco de transformar um trabalho fabuloso em um desastre digno de ser jogado no lixo. E quando se trata de destruir games de sucesso, entra em cena um dos diretores mais odiados do cinema: Uwe Boll. Eu poderia gastar linhas e mais linhas criticando o trabalho desse homem, mas isso é conteúdo para outra matéria... Por hora, tudo que podemos fazer é curtir ao máximo os jogos e suas adaptações às telonas, isso é, quando forem de qualidade...

domingo, 31 de agosto de 2008

As Bruxas de Eastwick vai virar série de TV!


Por: Helena Lopez
Eu acabei de assistir ao longa As Bruxas de Eastwick, vim para a internet para pesquisar algumas imagens desse filme que eu adoro, queria escrever uma resenha, uma notinha que fosse, mas me deparei com essa matéria do Omelete.

Bom, achei que valia a pena transcrever partes da matéria de Marcelo Hessel:

"Segundo a Variety, o piloto se baseará mais no filme de 1987 do que no romance do escritor John Updike que deu origem a tudo. No longa, Jack Nicholson vive um diabo sedutor conjurado por três mulheres aprendizes de feiticeiras (vividas por Cher, Susan Sarandon e Michelle Pfeiffer), que depois se arrependem e tentam se livrar do demônio."

E tem mais, essa não é a primeira tentativa, e se não der certo, também não vai ser a última.

"Enfeitiçada mesmo é essa adaptação. A NBC tentou em 1992, mas não passou do piloto, escrito pelo hoje co-produtor de Lost Carlton Cuse e estrelado por Catherine Mary Stewart, Julia Campbell, Ally Walker e Michael Siberri. Em 2002 foi a vez da Fox tentar, mas o piloto - com Lori Loughlin, Marcia Cross e Kelly Rutherford, sobre as filhas da bruxas originais - também não foi aprovado."

Segundo a matéria, ainda não há elenco contratado.
Eu espero que dê certo, enquanto estava reassistindo fiquei imaginando um remake do filme... seria muito legal!

Fonte:
http://www.omelete.com.br/teve/100014407/As_Bruxas_de_Eastwick_vai_virar_serie_de_TV.aspx

sábado, 30 de agosto de 2008

A Múmia: Tumba do Imperador Dragão

Por: Biel Marcos

Quando foi confirmado que a franquia “A Múmia” teria mais uma continuação, os fãs dessa grande obra vibraram pensando que estava a caminho mais um grande filme. Infelizmente, o que vemos em cena nem sequer se aproxima da qualidade dos dois exemplares anteriores da franquia.

Com muitas doses de humor forçado, um mau desenvolvimento tanto dos personagens novos quanto dos antigos, um novo inimigo que não dá nem 10% do trabalho que os heróis tiveram em suas aventuras passadas, uma trilha sonora lamentável e uma direção de competência duvidosa fazem do novo longa uma mera tentativa dos estúdios Hollywoodianos de ganharem dinheiro sobre seus filmes de sucesso.

As conseqüências da mudança de diretor são sentidas em cada minuto de filme. Vê-se claramente que Rob Cohen não tem intimidade com o estilo de filme que se propôs a fazer, coisa que Stephen Sommers demonstrou ter de sobra. Cohen também não soube guiar os personagens que tinha em mãos, transformando Evy e Ricky O’Connell em dois personagens completamente sem graça. Jonathan Carnahan também não protagoniza mais as grandes cenas de humor de antes, o que faz muita falta no filme.

A mudança na intérprete da protagonista também afetou o trabalho de forma negativa. Maria Bello é uma ótima atriz, mas não era a atriz certa para o papel de Evy O’Connell. Ela não tem nem de longe o carisma de Rachel Weisz e muito menos química com Brendan Fraser.

Quanto à ala oriental do filme, pode-se dizer que Jet Li e Michelle Yeoh fizeram na verdade, participações especiais. O imperador interpretado por Li passa quase todo o tempo transformado em alguma coisa, seja uma estátua, um dragão, um monstro, enfim, o ator só vem mostrar mesmo o seu rosto no início e no fim do filme. Michelle é desperdiçada, aparecendo em pouquíssimas cenas e com pouquíssimas falas. Somente Isabella Leong está presente na maior parte do filme, porém, ela também é a mais inexperiente e é visível a insegurança da atriz em cena.

Nem mesmo em questão de efeitos especiais e cenas de ação o novo filme supera os antepassados. O exército de terracota não chega aos pés do exército de Anúbis, os Yetis aparecem em cena sem muito propósito e sem nenhuma explicação, e Shangri-lá não é sequer explorada! As cenas de ação até são boas, mas não superam as dos dois primeiros filmes.

Para piorar tudo, o filme é repleto de referências aos longas anteriores, o que traz ainda mais saudade da competente direção de Sommers. Depois dessa infeliz tentativa de levar a franquia adiante, tudo que se pode fazer é lamentar e esperar que não arrumem motivo pra mais uma continuação, a não ser que tragam de volta tudo que as aventuras da família O’Connell tinham de bom.
Nota: 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Up, Up and Away! Smallville rumo à 8ª temporada!

Por: Helena Lopez e Cris Collazo

Bom, antes de começarmos, vamos ao usual aviso: esse texto contém spoilers! E muitos!
Com estréia prevista para 18 de setembro, segundo esperamos, a nova temporada de Smallville promete ser o fim da eterna adolescência de Clark Kent. Com novos e nem tão novos personagens, novos vilões e muitas novidades, vêm deixando os fãs em expectativa. Mas, o que podemos esperar do oitavo ano da série?
Resolvemos fazer um resumão básico, só colocar mais uma cereja em cima do bolo!
Vamos lá:

Novas e Velhas Caras
Mal a sétima temporada acabou e já fomos apresentados a uma nova dupla de vilões: Davis Bloome, um pára-médico que na verdade é o vilão dos quadrinhos Doomsday, um assassino geneticamente criado por kryptonianos, que sobreviveu à destruição de Krypton. Ao que parece, os produtores querem desenvolver o personagem até que ele se torne o ser que matou
o Superman nas HQs; e Tess, que vai aparecer para cuidar dos “assuntos” de Lex Luthor enquanto este está desaparecido, mas há rumores que a moça pode ser Galatea (?)!

Quem está de volta, e pra ficar, é Oliver Queen, o Arqueiro Verde, e logo no primeiro episódio vai aparecer ao lado da Canário Negro e de Aquaman para resgatar Clark, sem memória e sem poderes, de um campo de trabalhos forçados russo (?)!

Spoilers também dão conta que no 9º episódio da temporada, a Legião de Super Heróis vai dar o ar da graça em Smallville, o básico que se sabe sobre isso é: vai ser no 9º episódio, vai ser baseado nos quadrinhos e vai se chamar Legion! Vamos esperar, ansiosamente!

Enquanto isso, na Zona Fantasma...
As dúvidas que ficaram: e Lex, vai voltar? Lana foi embora mesmo? Kara vai ser resgatada da Zona Fantasma?

Espera-se que Lex volte no fim da série – já que o ator não renovou e não tivemos nenhuma confir
mação de sua volta ou não – para ser o “cara” por trás da trama! Ainda temos essa esperança!
Está confirmado que Lana Lang volta para cinco episódios – até agora! Mas não vão ser logo no início, já que a atriz estava finalizando outro trabalho no cinema. E corre a boca pequena que a volta de Lana pode estragar um certo clima entre Lois e Clark!

E Kara... bom, achamos que ela vai ser resgatada da zona, pois a atriz deve participar de alguns episódios, mesmo não sendo uma das personagens fixas, como foi dito no fim da sétima temporada!


Clark vai sair da Adolescência?
Ao que parece sim! De roupa nova, o rapaz vai trabalhar no Planeta Diário e vai mudar seu campo de atuações heróicas de Smallville para Metrópolis. Spoilers recentes dão conta de que Jimmy vai fotografar um “borrão” azul e vermelho e isso vai aguçar a curiosidade de ninguém menos do que Lois Lane – esses eventos acontecerão no 7º episódio, chamado "Identity", previsto para ir ao ar em 30 de outubro de 2008.





Finalmente Lois & Clark?
A grande promessa da temporada é o começo desse relacionamento e pelas confusões que isso causaria. Os dois vão trabalhar juntos no Planeta Diário e Clark vai convidar Lois para voltar a morar na Fazenda Kent, que sem Lana e sem Kara deve estar muito solitária!
Um certo beijo já tem até data para acontecer: será no 5º episódio, quando os dois vão fingir que são um casal para investigar o desaparecimento de jovens casais! Só não foi revelado se o beijo seria por forças das circunstâncias ou voluntário – eu aposto que será um pouco dos dois!



“Empolgados, os produtores contaram um pouco do que vêm por aí. "Lois e Clark viveram até agora como irmão e irmã, mas isso vai mudar nesta temporada. Clark vai trabalhar no Daily Planet e eles dois vão ficar lado a lado o dia todo, os sentimentos entre os dois vão aflorar e eles não vão conseguir negar", adiantou Slavkin.” Também segundo a mesma matéria, o clima entre Lois e Clark vai esquentar, e muito!http://tv.globo.com/ENT/Tv/Seriados/Smallville/0,,AA1686212-6277,00.html


Save Chloe Sullivan!
E o que será da Chloe nisso tudo?
A lourinha sem sorte é uma das queridinhas da série, mas a personagem parece que se apagou depois da 4ª temporada e a última foi a pior de todas as temporadas de Chloe, junto com ela parece ter ido o entusiasmo de Allison Mack, que por conta de discussões de aumento de salário quase ficou de fora do oitavo ano de Smallville!
Chloe terminou o último ano na pior, foi presa no fim do último episódio! E agora?
As notícias são, pelo menos até agora, animadoras e esperançosas, pelo menos para nós que vos escrevemos.
Sabemos que Chloe vai se aprofundar em conhecer e controlar os seus poderes e até ganhar outros, novos poderes “obscuros” segundo alguns! A própria atriz responde dessa forma a uma fã na última Comic-Con em San Diego: “Por favor, Allison, não me diga que Chloe ficará má com os poderes…”, pede um fã. E ela: “Eu não posso te dizer, se não você não verá a série!”, diz a loira, toda boazinha…”
Sabemos também que a loira vai dizer sim ao pedido de casamento de Jimmy, e já tem até fã sonhando com a cerimônia!

Mais para Chloe, nas palavras de Mack: “Ela viverá certos conflitos nesta oitava temporada, ao tentar manter o relacionamento com Jimmy Olsen e tentar se afastar um pouquinho de Clark para ser mais independente em seus interesses”;
“Chloe usará seus poderes no episódio de estréia? A resposta: “Sim, e durante a temporada vai aperfeiçoá-los””.
http://colunas.tv.globo.com/spinoff

Parece que finalmente os nossos clamores de save chloe sullivan foram escutados!

De resto só resta esperar pelo início da temporada!

A 7ª Temporada deverá ter o boxe lançado no Brasil nos próximos meses.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Eu acredito em Heath Ledger

Por: Biel Marcos

Desde o momento em que foi confirmada a seqüência de Batman Begins, muito se especulou sobre quem seria o intérprete perfeito para o vilão do filme: o Coringa. Não levou muito tempo e o ator que daria vida ao rei palhaço do crime foi anunciado causando espanto em muitos dos que acompanhavam desenvolvimento do longa. Heath Ledger seria o responsável por trazer novamente às telas o maior inimigo do Homem Morcego.

Assim como muitos, eu me surpreendi com a escolha. Imaginei que o personagem exigia um ator com um estilo mais ousado e, sinceramente, achei que Ledger não daria conta. Esse foi, sem dúvida, um dos maiores enganos da minha vida. Agora vejo que o personagem não precisava de um ator ousado, e sim de um ator talentoso. E talento Heath Ledger tinha de sobra!
O Coringa é um personagem muito complexo de se interpretar. Ele é sádico, doentio, perverso, um agente do caos completamente sem propósito. Um insano que comete seus crimes unicamente com a intenção de trazer medo, pavor, sofrimento. E mesmo com um personagem tão complexo nas mãos, Ledger conseguiu mostrar em cena todos os adjetivos citados acima, fazendo de sua atuação algo simplesmente perfeito!

E depois de um trabalho fantástico, eis que o destino traz uma tremenda perda aos amantes da sétima arte. No dia 22 de janeiro de 2008, Heath Ledger é encontrado morto em seu apartamento depois de uma overdose acidental de remédios. O cinema lamenta a perda de um dos atores mais talentosos e promissores atualmente. Depois da trágica morte do ator, a expectativa ao redor do filme aumentou ainda mais. Todos queriam ver a última atuação de Ledger, que realmente mostrou a grande competência do astro.

Adaptações de quadrinhos costumam ser ignoradas pelo Oscar®, mas dessa vez, nem a academia pôde virar as costas a esse excelente trabalho. Heath Ledger pode ser indicado ao Oscar 2009 e ser o segundo ator na história do cinema a receber um Oscar® póstumo. Agora tudo o que nos resta é apreciar os trabalhos deixados pelo ator, e torcer para que a estatueta dourada seja entregue em nome desse grande trabalho, pois essa sim seria uma premiação justa.

A Arte do Medo

Por : Helena Lopez

Fazer cinema é uma arte, e causar medo no cinema é uma arte muito mais sofisticada e que parece vem sendo redescoberta por uma geração de cineastas não-yanks que conquistou Hollywood!
Foi-se o tempo em que a platéia tremia de medo e fechava os olhos ante uma garotinha vomitando sopa de ervilha ou revirando a cabeça! O que amedrontava na década de 70 é capaz de causar risos hoje! Não que clássicos como O Exorcista e A Profecia tenham perdido de alguma forma o valor, não esses são poucos dos antigos filmes de terror que se mantém de pé!

Mas o cinema do medo reencontrou seu lugar nos anos 2000! Chega de filmes cheios de efeitos especiais que estão mais para defeitos especiais, e que não assombram nem minha sobrinha de dois aninhos de idade.

I SEE DEAD PEOPLE!
Tudo começou com o aclamado O 6º Sentido, do diretor indiano M. Night Shyamalan, que fazia com o que não podíamos ver ganhasse dimensões assombrosas e assombradas!
Na esteira desse ícone do novo cinema do medo, tivemos o inventivo Os Outros, que com o brilhantismo de Alejandro Amenábar (do maravilhoso Abre los Ojos), contou uma maravilhosa estória de fantasmas às avessas, num filme verdadeiramente assustador, com uma família e empregados horripilantes presos pela névoa em uma casa mergulhada na escuridão e com vultos por todas as partes! Um verdadeiro clássico, e o final não poderia ser mais perturbador, depois dele, acredito que muitos pensaram duas vezes antes de repetir “fantasmas não existem!”

Até um brasileiro brincou de contar estórias de terror em Hollywood! Tudo bem que foi remake de um terror japonês, tudo bem que a crítica mundial não gostou (ou não entendeu?), mas com uma sensibilidade aguçada, um senso estético raro para os atuais cineastas, Walter Sales construiu uma das melhores estórias de fantasmas dos últimos tempos com o seu apavorante Água Negra. Mostrando pouco e mostrando na hora certa, foi um filme que me fez cobrir os olhos de vez em quando! O final não podia deixar de ser menos perturbador – como todo final de filmes de fantasmas deveria ser!

Mas, o BOO! da vez é, sem dúvida nenhuma, o drama de terror O Orfanato. Conduzido de forma elegante por Juan Antonio Bayona e produzido por Guillermo Del Toro, conta uma intrigante e emocionante estória de fantasmas, onde, mais uma vez, o macabro universo infantil é explorado (um traço em comum com os filmes do gênero na última década). A trama se desenrola num antigo orfanato que está para ser reaberto por uma de suas antigas moradoras. Mas as paredes daquela casa escondem uma história horrorosa, e que ainda não foi esquecida, nem perdoada. O filme bebe, indiscutivelmente, na fonte de Polthergeist, mas consegue ser infinitamente melhor!

Filmes como esses são a prova que o gênero não foi enterrado por Sexta-Feira 13 e suas duzentas seqüências, que quando um diretor sensível encontra o roteiro adequado, ainda consegue aterrorizar a platéia, mesmo que use a velha fórmula misturando crianças, amiguinhos invisíveis, mães neuróticas e casas aterrorizantes. Pois, existem mais mistérios entre o céu e a terra do que, realmente, sonha a vã filosofia Hollywoodiana!